Empresas próprias brasileiras para trabalhos de fora, e vice-versa
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Sep 20, 2012

Caros,

Há anos sou tradutora esporádica inglês-português. Minha profissão principal é comunicação empresarial, que exerço em inglês desde 2006 (morei na Inglaterra, nos EUA e, agora, estou na Austrália), mas tenho diploma de tradução do IoL e de quando em quando volto à tradução, por prazer.

Meus clientes são editoras de São Paulo, que me pagam como pessoa física. É um trabalhão burocrático (por exemplo, a cada serviço tenho de enviar duas vias de
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Caros,

Há anos sou tradutora esporádica inglês-português. Minha profissão principal é comunicação empresarial, que exerço em inglês desde 2006 (morei na Inglaterra, nos EUA e, agora, estou na Austrália), mas tenho diploma de tradução do IoL e de quando em quando volto à tradução, por prazer.

Meus clientes são editoras de São Paulo, que me pagam como pessoa física. É um trabalhão burocrático (por exemplo, a cada serviço tenho de enviar duas vias de contrato pelo correio pro Brasil) e não vale a pena financeiramente, para falar a verdade. Além de os impostos serem muito altos, tenho recebido uma tarifa muito menor do que gostaria, porque esses clientes não negociam valor. Pagam um preço fixo por lauda e pronto, que dizem ser valor de mercado (equivalente a 4 ou 5 centavos de dólar por palavra - menos da metade do valor mínimo que muitos membros aqui do Proz.com dizem cobrar, 11 centavos de dólar). Também só aceitam pagar em conta brasileira, ou seja, para mim acaba virando só um dinheirinho extra para quando vou de férias para o Brasil. Nesse esquema, eu jamais seria capaz de pagar contas morando aqui na Austrália.

Mas eu adoro tradução e, mesmo não trabalhando na área em período integral ou mesmo com muita frequência, tento me manter atualizada, fiz investimento em um CAT etc. Gostaria de poder me dedicar à profissão em período integral, mas como pessoa física sei que não tenho mais como continuar. Só que não sei a melhor maneira de prosseguir. Vocês sabem:

1) Se é possível trabalhar para empresas/editoras brasileiras sem ter empresa própria no Brasil? Isto é, se eu tiver empresa registrada na Austrália ou no Reino Unido? Nesse caso, essas empresas pagariam por transferência bancária ou por PayPal? Existe nota fiscal que valha fora do país de emissão?

2) Como fazem tradutores que trabalham para clientes de diferentes países - eles precisam ter uma empresa registrada em cada país? A própria pergunta me parece absurda, mas como no Brasil essas regras parecem ser super rígidas (esses meus clientes não aceitam nem conta conjunta, por exemplo, tem de ser tudo no meu nome e com número de PIS/PASEP etc.) me pergunto (e a vocês!) como funciona prestar serviço para empresas no exterior.

Eu sei que todos aqui são tradutores e não contadores (bom, talvez haja aqueles que são contadores E tradutores...), mas ficaria muito grata caso alguém saiba as respostas e possa me mostrar o caminho.

Meu cenário ideal seria registrar uma empresa aqui, já que fica difícil administrar uma empresa à distância, e trabalhar tanto para clientes brasileiros (pelo volume) quanto para empresas ou agências de outros países, onde o valor pago seja um pouco melhor.

Muito obrigada desde já!
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Maria Amorim (X)
Maria Amorim (X)  Identity Verified
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Quanto ao tópico 2 Sep 20, 2012

Não tenho, até o presente, qualquer experiência de trabalhos de tradução para empresas brasileiras, portanto salto a questão 1.

No que refere ao tópico 2, pelo menos na Suécia e trabalhando dentro do mercado europeu, basta ter registro no país. Na Suécia, o tradutor/interprete precisa estar registrado na Skatteverket, a autoridade fiscal sueca. Recebe como tal um número de registro de IVA, que é o número de identidade da empresa e que deve constar em todas as faturas (
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Não tenho, até o presente, qualquer experiência de trabalhos de tradução para empresas brasileiras, portanto salto a questão 1.

No que refere ao tópico 2, pelo menos na Suécia e trabalhando dentro do mercado europeu, basta ter registro no país. Na Suécia, o tradutor/interprete precisa estar registrado na Skatteverket, a autoridade fiscal sueca. Recebe como tal um número de registro de IVA, que é o número de identidade da empresa e que deve constar em todas as faturas (independente da cobrança do IVA, não aplicável entre países europeus, apenas dentro do país). A menos que o tradutor especifique ou venha a criar outra modalidade de empresa, esse registro automaticamente o enquadra como empresa individual. Deve portanto manter organizada e atualizada a contabilidade e efetuar a declaração anual de rendimentos complementar à declaração de pessoa física. Ainda que não exigido, é também aconselhável criar uma conta bancária para a empresa. Facilita a organização da contabilidade e das transferências bancárias internacionais ou no país, sem ter de expor o número da conta bancária pessoal.

O tradutor poderá igualmente - e isso é opcional - registrar o nome da empresa criada junto a outra autoridade (Bolagsverket). A finalidade no caso é simplesmente proteger o nome da empresa dentro do país ou dentro do distrito administrativo onde exerce a atividade.

Penso, como você, que o ideal é criar uma empresa no país onde reside. Acredito que não haja grandes problemas em realizar serviços para o mercado brasileiro, mas é bom ouvir a opinião de outros colegas.

Boa sorte!
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Faz sentido Sep 21, 2012

Maria, obrigada pela resposta. Pela pesquisa que fiz aqui nas últimas 24 horas, me parece que as questões do registro, das faturas, dos impostos etc. funcionam da exata mesma maneira na Austrália e na Suécia. E acho que o melhor mesmo para mim será fazer o registro e operar tudo por aqui, já que pago impostos no país independentemente de onde os meus clientes estiverem.

Só preciso então descobrir agora se há editoras no Brasil que aceitem trabalhar com empresas de fora, po
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Maria, obrigada pela resposta. Pela pesquisa que fiz aqui nas últimas 24 horas, me parece que as questões do registro, das faturas, dos impostos etc. funcionam da exata mesma maneira na Austrália e na Suécia. E acho que o melhor mesmo para mim será fazer o registro e operar tudo por aqui, já que pago impostos no país independentemente de onde os meus clientes estiverem.

Só preciso então descobrir agora se há editoras no Brasil que aceitem trabalhar com empresas de fora, porque pelo menos os meus clientes atuais são bem chatinhos - só fazem pagamento em conta brasileira, por exemplo, entre outros poréns. Vou postar no forum geral para ver se consigo umas indicações. Obrigada!
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